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Técnicas de corte Fotos: A. Awad e divulgação |
Da posição dos dedos no encaixe da tesoura aos produtos de finalização, tudo influi na técnica de corte escolhida para realizar o sonho da transformação de visual
Um cabeleireiro pode ter muitas clientes, um bocado de sorte e até dinheiro de sobra, mas, sem técnicas apuradas, dificilmente ele realiza a “magia das tesouras”. Mais do que um elemento que permite que um bom trabalho seja feito, uma técnica de corte bem executada imprime a marca e o diferencial do profissional. Ela pode ser vista no momento em que se pega na tesoura para cortar os cabelos dos clientes.
Pode parecer exagero, mas não é. O hairstylist Luiz Cintra, do Salão Emília Borges, enxerga a posição dos dedos como parte fundamental do processo de corte. “A tesoura é como uma extensão da mão. Seu posicionamento, horizontal ou vertical, faz toda a diferença”, diz. Segundo ele, é ideal que cada um procure o instrumento que melhor se encaixe na mão e no gosto pessoal.
Carlos Lira, hairstylist do Espaço Be, completa dizendo que a posição dos dedos influi diretamente na firmeza, na definição, no ângulo e no caimento do corte. E o que não falta são variedades de tesouras. As mais usadas são:
- Dentada: muito utilizada em cabelos curtos ou para retirar volume e marcas que ficam após o uso da máquina de corte.
- Fio microsserrilhado: ótima para cortes retos. Reduz facilmente grandes proporções de cabelo.
- Fio navalha: geralmente é usada para cortar pequenas quantidades de cabelos e desfiá-los. Muitos profissionais a utilizam para realizar o acabamento ou texturizar o corte.
Existem técnicas de corte nas quais são usadas somente a máquina, tanto na concepção de visuais femininos quanto masculinos. Já a navalha permite a realização de um corte mais desfiado e leve. Por sua vez, os navalhetes têm lâminas de tamanhos diferentes para oferecer a opção de desfiar mais ou menos o cabelo.
Que técnica usar?
Por mais que muitas mulheres se esquivem do assunto, falar de técnicas de corte exige citar a faixa etária. Luiz Cintra defende que a mulher deve curtir suas madeixas compridas enquanto é mais jovem. “Com a idade, ela precisa sentir o momento de encurtar os cabelos”, diz. Em sua opinião, cabe ao cabeleireiro sugerir delicadamente uma redução no comprimento.
Carlos dá uma dica para isso: observar. Para ele, o cabeleireiro terá uma ideia melhor do que fazer na cliente se observar sua maneira de falar, gesticular e se vestir. “Mas o grande segredo para que a cliente se sinta realizada com o corte é ouvir principalmente o que ela não quer. Depois, é só juntar o conhecimento e fazer um bom serviço”.
A textura das madeixas também influi na maneira de cortá-los. As finas pedem técnicas que as deixem com mais volume, enquanto as grossas e pesadas requerem um olhar apurado para que não fiquem com marcas.
Se o assunto é cabelo masculino, os cuidados na hora do corte devem ser especiais. Fábio alerta para as áreas da costeleta e da nuca, que, se não forem benfeitas, aniquilam o trabalho. “As linhas de corte devem ser diferentes para fios femininos curtos e masculinos,”, lembra Luiz. No primeiro caso, o acabamento deve ser mais fino, enquanto no segundo, as linhas precisam ser quadradas.
As técnicas de corte têm aliados poderosos fornecidos pela indústria cosmética: os finalizadores. Agora, não basta reduzir os fios. Modelá-lo tornou-se um hobby ou até uma questão de estilo para homens e mulheres. De uso diário, os produtos vão além de seu papel principal, e chegam a tratar os cabelos, pois não raramente oferecem proteção térmica. De acordo com Fábio, cerca de 80% de seus clientes são adeptos desses cosméticos, que, em sua opinião, potencializam o resultado do corte. “De nada adianta adotar um estilo todo texturizado e não usar o finalizador. A visualização do resultado torna-se nula”, diz.
Da mesma forma, não são raros os casos de mulheres que cortam o cabelo pensando em adequar o novo look à coloração ideal. Luiz acredita na harmonia. “Todos os cortes devem dialogar com a coloração, desde os mais naturais aos coloridos mechados”, opina. Fábio aproveita a mudança de comportamento feminino para criticar profissionais resistentes às mudanças. “Ao cortar o cabelo, o cabeleireiro já deve pensar em opções de cores para sugerir ao cliente”. Segundo ele, isso até ajuda a evitar erros futuros. “Ela pode arriscar por conta e aí o trabalho vai por água abaixo”, finaliza.
Dicas de profissionais sobre as técnicas de corte:
- Com navalha: cabelos desfiados com pontas mais irregulares são modernos. É possível identificar a cliente que é fã do estilo até mesmo pela roupa e pela profissão. As adeptas do corte curto, desfiado, com pontas longas e mais textura, geralmente trabalham com moda, cinema, decoração, ou qualquer outra função que exija muito do seu poder de criação e inovação.
- Deslizante: usado para dar total leveza aos cabelos. É excelente para suavizar rostos quadrados e angulosos. Por ser um corte que apresenta bastante movimento, mulheres românticas e modernas gostam bastante, pois é mais propenso de ser modelado em ondas.
- Despontado: muito adotado por mulheres que não têm medo de ousar e possuem personalidade marcante. Combina com rostos quadrados e retangulares, pois, dependendo do estilo do corte, é possível disfarçar alguns de seus ângulos.
- Fio reto: mulheres clássicas gostam de cabelos com corte reto. O visual expressa seriedade e é excelente para executivas. Rostos redondos e triangulares ganham mais destaque com esse estilo.
- Picotado: ideal para mulheres descontraídas ou que gostem de chamar atenção. O estilo vai ao encontro de clientes que gostam de fazer escova modelada para dar mais volume aos fios.
por Eder Garrido (Revista Cabeleireiros.com)
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