Cremes feitos à base de pó de opala prometem pôr fim às indesejáveis rugas que aparecem no rosto com o passar dos anos Foto: Shutterstock / Terra |
Vinda da natureza, uma novidade promete por fim às indesejáveis rugas
que insistem em aparecer no rosto com o passar do tempo. Trata-se do pó
de opala, mineral capaz de emitir ondas sonoras (imperceptíveis ao
ouvido humano) que, ao serem aplicadas sobre a pele, estimulam o
metabolismo e a migração das células produtoras de colágeno e elastina
para o local a ser tratado, suavizando a aparência de rugas e linhas de
expressão.
A substância e seus poderosos efeitos estéticos só foram descobertos
quando cientistas italianos usaram o pó extraído da pedra semipreciosa
Opala no tratamento de um típico problema odontológico, a periodontite
(doença que retrai a gengiva do paciente). Durante o estudo,
pesquisadores colocaram o mineral numa espécie de moldeira, cobrindo os
lugares onde havia a retração, e constataram o crescimento significativo
da gengiva.
Como essa região da boca é rica em colágeno, assim como a pele, os
estudiosos resolveram dar um passo adiante na pesquisa e aplicar a
substância nas rugas para testar se a ação resultaria na diminuição das
marcas de expressão. A ação positiva do ativo foi confirmada cerca de um
mês depois.
Juliana Morelli, esteticista especialista em Cosmetologia e orientadora
técnica do Centro de Treinamentos Bel Col, de São Paulo, explica por
que o pó de opala tem efeito gradativo de preenchimento sobre rugas e
linhas de expressão. “Quando aplicado sobre a cútis, ele estimula a
produção de queratinócitos (células existentes nas camadas mais
superficiais da epiderme) e de fibroblastos (células presentes na
segunda camada da pele, responsáveis pela produção de colágeno).”
Onde encontrar?
Produtos feitos à base de pó de opala não são difíceis de encontrar.
Alguns cremes e loções têm o composto como principal princípio ativo,
enquanto outros possuem formulações combinadas com ácido hialurônico e
colágeno biotecnológico.
Da marca Bel Col o Exprime, produto de uso tópico, associa os ativos do
pó de opala (gatuline expression, colágeno biotecnológico, aquaporine e
elastômero 9701) e atua na extensão e na profundidade das marcas de
expressão, com a promessa de reduzir rugas em até quatro semanas. O
preço é de R$ 118.
Mito ou verdade?
Apesar da promessa de ótimos resultados, junto aos especialistas, os
cosméticos feitos à base do pó de opala não fazem muito sucesso. Para
Valcinir Bedin, dermatologista formado pela Universidade de São Paulo
(USP) e diretor do Centro Integrado de Prevenção do Envelhecimento
(CIPE), não há fundamentação científica suficiente que comprove a
relação entre as ondas sonoras emitidas pelo pó de opala e a redução das
rugas do rosto.
“Rugas são formadas porque perdemos a capacidade de produzir colágeno,
proteína que preenche os espaços dentro da pele. Mesmo que este ativo
penetrasse na derme, isto é, passasse pela epiderme sem ser destruído e
chegasse às demais camadas sem ser fagocitado, não teria como estimular a
produção do colágeno”, afirma.
Contraindicações e efeitos colaterais
Os cremes feitos à base da substância não apresentam restrições de uso e
estão livres de efeitos colaterais, mas por se tratar de um ativo ainda
pouco conhecido, recomenda-se uma consulta prévia ao dermatologista.
“Como não há penetração do ativo nas camadas profundas da pele, ele
provavelmente não causa nenhum mal, mas, infelizmente, nenhum bem
também”, conclui Valcinir.
por
Agência Hélice, Especial para o Terra (www.beleza.terra.com.br)
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