segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Especialista fala sobre a importância de uma gestão profissional em salões de beleza

 
No Brasil a atividade de embelezamento tem menos de 130 anos, conforme importante Revista do ramo. Nos últimos 20 anos a tecnologia de produtos e serviços, chegou aos salões como uma realidade natural de um mundo globalizado e em permanente mutação. Assim, ninguém, nenhum negócio ficou imune aos reflexos da tecnologia que uniu paises (mesmo os mais distantes), em frações de segundos e revolucionou as tratativas comerciais via “on line”.

Enquanto a tecnologia se desenvolvia com a velocidade da luz e adentrava aos olhos dos mais incrédulos, a gestão dos salões e clínicas de beleza (respeitadas raríssimas exceções) caminhou e ainda caminha numa lentidão e apatia próprias de uma visão administrativa míope, incapaz de enxergar que lá fora o mundo e os clientes não são mais os mesmos.

Enquanto outros segmentos econômicos já vivenciaram a revolução da “qualidade” e entraram na revolução do “atendimento”, ainda é extraordinariamente grande, o número de salões espalhados por este Brasil que, permanece na visão doméstica da diluição de shampoo e despreza a prática empresarial do planejamento estratégico.

Tenho afirmado nos cursos que ministro e nas palestras que profiro que, por traz do mundo glamouroso das tintas, “looks e make up”, há também um mundo de números envolvendo todas as ações do salão, cuja análise e somente através dela, pode um salão redirecionar suas atividades em busca de crescimento sustentável e duradouro.

É comum nesta atividade a improvisação e a intuição apenas instintiva, em detrimento das planilhas de cálculos e da visão estratégica de negócios. Raro neste País é o salão que sabe realmente quanto é seu lucro líquido operacional, ou, o prejuízo em cada serviço ou segmento explorado. Neste contexto, pergunte-se a um dono de salão, que lucro deixa o profissional “A” ou o “B” e a resposta invariavelmente escorrega para o campo da “achologia”, ou seja, não há certeza na resposta, tudo, portanto, ao sabor da sorte, bem ao estilo dos negócios apenas domésticos.

No campo das relações de trabalho, a gestão também se encontra no contrapé da história, tal como a velha e moribunda CLT- Consolidação das Leis do Trabalho. Neste tópico, os salões são penalizados perversamente por processos trabalhistas que lhes sugam indevidamente pequenas fortunas e, por via de decorrência ainda pagam impostos que a rigor não devem. São inúmeros os casos de salões que venderam seus imobilizados para suprir acordos trabalhistas, estimulados por magistrados que não conhecem a dinâmica das relações de trabalho, nos salões de beleza.

Os salões precisam reavaliar seus conceitos de gestão, promovendo profundas mudanças, transformando-se em “salões de negócios de beleza” ao invés de apenas, salões de beleza.

Ao longo dos últimos 8 (oito) anos, já estudei e analisei sistematicamente, mais de 50 modelos de salões de beleza, em 7 estados brasileiros. Desenvolvi metodologia inédita de cálculo de custos administrativos fixos e variáveis, desde um serviço de depilação de sobrancelha a um serviço complexo de química. Descobri que um salão que explore os segmentos básicos de: cabelo, manicure/pedicure, depilação e banhos especiais poderá vender todos os meses a cada cliente do sexo feminino, até 45 (quarenta e cinco) serviços pessoais. Um show, mas, os salões ainda não vendem 1/3 disso e assim, desperdiçam a oportunidade de lucrar muito mais.

Os empreendedores dessa atividade precisam entender que a “Gestão” direcionada é a única porta de entrada para o $uce$$o. Os donos de salões precisam investir na gestão estratégica transformando seus cabeleireiros, manicures, depiladoras, esteticistas, calistas, banhistas e demais profissionais, em agentes de negócios, desenvolvendo e implementando o marketing integrado em cada metro quadrado do salão e a análise sistêmica dos números mensais.

Um dono de salão que não goste de números precisa aprender a gostar, pois nos números reais está a verdade absoluta. Um dono que não sabe o que pensam seus clientes sobre seu salão, um dono que não investe nas relações de trabalho, um dono que despreza a associação sindical patronal, enfim, um dono que desconhece práticas de gestão, estará fadado ao insucesso, por apenas uma questão de tempo.

A gestão sistêmica está presente desde a definição dos percentuais aos profissionais, à forma de contratação. A gestão sistêmica está presente desde a compra de um copo descartável, à compra de um equipamento, à realização de um projeto de reforma. A gestão sistêmica está presente desde a calçada ao quintal do salão. A gestão sistêmica é que define o $uce$$o permanente de um salão. Este é o único caminho, portanto, mãos à obra.

por José Milton Ferreira de Aquino

José Milton Ferreira de Aquino é contabilista, auditor interno e consultor de empresas de pequeno porte. Escreveu e publicou o Livro “Administrando o Salão de Beleza”. Desenvolveu 60 idéias exclusivas de marketing para salões e fez consultoria em mais de 50 salões e proferiu palestras e cursos em 7 Estados Brasileiros.

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