sábado, 19 de novembro de 2011

Trunfo contra o formol


A cisteína inovou o mercado de cuidados capilares para reduzir o volume dos fios. Saiba como a substância atua nas famosas escovas progressivas sem formol

Selagem térmica, hidratação profunda, blindagem e plástica capilar são termos que fazem sucesso no dia a dia dos salões de beleza. Além deles, outro serviço com o mesmo objetivo vem se destacando: a escova progressiva sem formol. Mas o que acontece por trás desses tratamentos que prometem reduzir o volume dos fios?

Geralmente, o elemento responsável pelo resultado do tratamento é a cisteína, que pode aparecer na forma de “parentes” próximos, como: sugarcane cysteine, cistina e carbocisteína (com maior estabilidade na formulação de cosméticos). “Para que a progressiva entre em ação, é necessário que haja um processo de oxidação das ligações de cistina. É aí que entram o ácido glioxílico ou as fontes de calor, como a chapinha acima de 190º”, explica Luis Carlos Carraro, tricologista e autor do livro A Ciência do Cabelo.

Analisando a parte química, é simples compreender por que tais procedimentos são mais brandos que os alisamentos com base em tioglicolato de amônia, por exemplo. “Os processos de oxidação são favorecidos pelo pH alcalino, e a carbocisteína tem de agir em pH ácido de 1,5. Logo, a ação torna-se superficial”, explica Carraro, com base nos estudos da farmacêutica Denise Soledade Jornada. Para quem aderir ao método, não existe um intervalo obrigatório entre as aplicações, porque os produtos não contêm contra-indicação.

As progressivas de cisteína não apresentam força para alcançar as cadeias de queratina, promovendo apenas a redução de volume e de ondulação, não o alisamento total. Por isso, desde que aprovado pelo médico, o uso está liberado por gestantes e crianças. Nesses casos, cabe ao profissional observar meticulosamente a fórmula do produto, para ter certeza de que não contém formol em nenhuma quantidade.

A cabeleireira Cris Dios, do Salão Laces and Hair, afirma que, por apresentarem um pH muito baixo, as escovas à base de carbocisteína acabam desbotando cabelos coloridos e com reflexos. Esse é um dos motivos pelo qual ela aconselha a fazer o teste de mecha. “Assim, será possível verificar a resistência do fio e constatar o nível de desbotamento, para que o cliente saiba o que pode acontecer com a cor e que seus fios podem ser tonalizado posteriormente”, comenta.

Cris Dios ainda lembra que o tratamento pode causar resultados indesejados, pois a aplicabilidade varia de acordo com cada tipo de fio. “Pode haver queda de fios ou excesso de oleosidade com a aplicação incorreta. Porém, quando o cabelo é bem avaliado por um bom profissional, o procedimento não apresenta perigo algum”.

Para qualquer princípio ativo, existe um limite de quantidade a ser adicionada na fórmula. “Uma quantidade superior ao permitido pode causar quebra do cabelo, endurecimento ou queda”, afirma Carlos. Esse limite é estipulado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), por isso é tão importante utilizar produtos que sejam liberados por essa autarquia.
 
Outros elementos entram nas formulações dos procedimentos:
 
Aminoácidos: a queratina presente no cabelo é uma cadeia polipeptídica formada por cerca de 19 aminoácidos; a falta deles leva à diminuição do crescimento e ao afinamento dos cabelos. São acrescentados às fórmulas para repor a perda gerada por processos químicos e pelo calor excessivo.Nanotecnologia: quando apresenta essa descrição, o produto é composto de partículas muito pequenas, que penetram mais profundamente no córtex.
 
Proteínas ácidas, oxiácidos, ácidos orgânicos e ácido acético: auxiliam na hidratação e no equilíbrio da composição química, para que o princípio ativo aja sem danificar o fio.
 
Serina: é um tipo de enzima que quebra as ligações peptídicas entre os aminoácidos das proteínas, atuando com o princípio ativo do produto, que é a carbocisteína.

por Rebeca Alcoba (Revista Cabeleireiros.com)

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