sábado, 7 de julho de 2012

Beleza movimenta R$ 53,5 bi e elas querem consumir mais


A vaia ganhou o mundo quando o famoso "poetinha", uma das mentes mais brilhantes de sua geração, eternizou a frase "as feias que me perdoem, mas beleza é fundamental". Na época - lá se vão praticamente quatro décadas -, a reação do público foi imediata e, para alguns, até intempestiva. Mas será que, nos tempos atuais, Vinicius de Moraes seria novamente bombardeado se, por exemplo, postasse a famigerada afirmação nas redes sociais?

Não há como saber a resposta, mas, se o fato se repetisse, seria, no mínimo, um paradoxo estranho de entender em se tratando de modo de vida feminino atual, uma vez que, somente até o fim deste ano, as brasileiras irão gastar algo perto de R$ 53,5 bilhões com produtos e serviços ligados à beleza.

O setor acumula crescimento vertiginoso a cada ano. Não sentiu nem de perto a turbulência econômica internacional e a desaceleração do País. É a confirmação de que ser bela realmente importa para as mulheres do Brasil. E isso tudo tem um custo, que não é pequeno.

Levantamento

De acordo com o levantamento "Mais Feminino. A beleza da mulher brasileira", realizado pelo Instituto Data Popular, no primeiro trimestre de 2012, com 15 mil mulheres do País, 63,7% delas preferem a qualidade ao preço na hora de escolher um produto de beleza.

O estudo também indica que 52% das brasileiras estão hoje dando mais importância do que em anos anteriores ao consumo de itens relacionados aos cuidados pessoais. Esse índice alcançado pelos cosméticos supera a relevância delas em relação a calçados e roupas. Outra curiosidade apontada pela pesquisa é que 93% das pessoas do sexo feminino que adquirem produtos de beleza no Brasil também aproveitam a oportunidade para levar mercadorias do mesmo segmento para os homens.

Mercado de trabalho

De acordo com o sócio-diretor do Instituto Data Popular, Renato Meirelles, as mulheres estão com maior poder de compra em virtude de uma taxa de ocupação em ascensão.

O levantamento indica que, em 2002, do total da população feminina com idade entre 16 e 60 anos, 20,6% estavam trabalhando com carteira assinada. Já em 2012, esse percentual chegou a 31,5% do total.

"O aumento crescente das mulheres no mercado de trabalho contribuiu ainda mais para alavancar o consumo de produtos de beleza. A vaidade aliada à necessidade de estar apresentável para o ambiente de trabalho fez com que essa mulher investisse ainda mais na sua aparência", diz Renato Meirelles, ressaltando que 61,9% das brasileiras pesquisadas acreditam que haverá aumento na sua renda, o que ajuda a estimular o consumo.

Ele destaca que essa série de fatores se reflete na quantidade de vezes que as mulheres vão às compras para adquirir itens desse segmento.

Conforme o Instituto, 98,6 milhões de brasileiras movimentam R$ 738 bilhões por ano.

PROTAGONISTA

Crescimento do ramo gerou investimento 

Profissional da área de beleza desde 2006, Lisiane Martins, 29, começou como promotora de vendas e vendedora porta a porta, até constatar que "cada dia o ramo da beleza cresce mais". Daí, o dinheiro apurado com o crescimento do consumo das clientes - "principalmente mulheres a partir dos 15 anos" - a fez buscar especialização na área. Agora, depois de passar pelo ramo da comercialização, ela faz faculdade de estética mirando outro público: o interessado em produtos e técnicas que diminuem os efeitos da velhice.

por Redação Diário do Nordeste (www.diariodonordeste.globo.com) 

Nenhum comentário:

Postar um comentário