Apesar de pouco conhecidos por aqui, técnica promete deixar os pés livres das famosas cutículas sem arrancar um bife sequer Foto: Divulgação |
Práticos para as mulheres que não têm paciência de fazer as unhas em
casa e dificilmente conseguem horário no salão de beleza, os chamados
“peixes-pedicure”, apesar de ainda pouco conhecidos por aqui, prometem
encantar o público brasileiro ao deixar os pés livres de cutículas sem
arrancar um “bife” sequer.
Importados diretamente da Turquia e abrigados em aquários especiais, os
animais da espécie Garra Rufa - sucesso em diversos países e até entre
celebridades como a cantora e atriz norte-americana Jessica Simpson -
são capazes de fazer uma pequena sucção na pele, retirando as células
mortas da região, deixando-a suave e revigorada de forma indolor.
Antes do tratamento inusitado, os pés são higienizados com água e
álcool. Em seguida, a cliente mergulha os membros num tanque com cerca
de 160 litros de água e se deixa mordiscar por um cardume de até 120
garras rufas. No início, a ação dos pequenos nadadores causa sensação de
formigamento, que logo passa, abrindo espaço para o relaxamento.
“Eles fazem uma espécie de esfoliação na cútis, retirando as
calosidades e evitando que elas voltem a se formar, pois sua saliva
deixa a pele mais saudável e macia imediatamente”, explica Vana Tórgo,
esteticista responsável pela técnica no salão de beleza gaúcho Hugo
Beauty, um dos precursores do método no Brasil.
Por ser novidade, o procedimento que dura de 15 a 30 minutos e custa de
R$ 25 a R$ 45, exige cuidados especiais. Por isso, o tanque utilizado
para abrigar os peixinhos conta com filtro especial, ligado 24 horas por
dia, além de uma potente luz ultravioleta, capaz de eliminar bactérias,
fungos e até os ovos dos animais. “Além disso, para reforçar a
higienização, também troco de 15 a 20 litros de água, todos os dias,
principalmente se atendermos clientes seguidamente”, garante Vana.
Com até 10 cm, os bichanos vivem cerca de seis anos, se reproduzem com
facilidade em lagos do Oriente Médio e são bastante utilizados no
exterior, inclusive para o tratamento da psoríase (doença inflamatória
da pele). Já por aqui, são mantidos a uma temperatura de 28 graus e
alimentados uma vez por dia com ração específica para peixes
ornamentais.
Riscos de infecções
Apesar de ser a última moda nos salões e spas de beleza de todo o
mundo, o uso do cardume na remoção de células mortas da pele vem sendo
objeto de estudo de autoridades de saúde britânicas e norte-americanas
devido à suspeita de que a prática pode transmitir infecções.
Isso porque, ao contrário dos procedimentos convencionais de pedicure
que usam materiais descartáveis ou esterilizados, os peixes utilizados
no processo inovador são reaproveitados em todas as sessões e, por isso,
podem adquirir e passar diversas bactérias ao entrarem em contato com
feridas abertas na região dos pés.
“Como ainda faltam estudos científicos que comprovem, não podemos
garantir que a transmissão de doenças realmente aconteça, mas podemos
afirmar que o risco existe. Por isso, acredito que o tratamento não
oferece nenhuma vantagem em relação a tudo que se faz no Brasil
atualmente. Ele é inovador, mas por conta da questão da segurança, não
indicaria”, alerta Carla Albuquerque, dermatologista e membro efetivo da
Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).
FICHA TÉCNICA
Nome do tratamento: Peixe-pedicure
Indicação: recomendado para a remoção das células mortas da pele dos pés e das calosidades
Benefícios: de forma indolor, remove os calos e a células mortas da pele dos pés, deixando a região saudável e macia imediatamente
Sessões necessárias: uma, a cada quinze dias
Preço médio: de R$ 25 a R$ 45
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