Fabricantes de cosméticos que levam o formol devem prestar atenção na quantidade |
Usado em alisamento e escova progressiva, o formol traz danos à saúde de clientes e cabeleireiros
Não é de hoje que o uso de formol para alisamento de cabelos causa
polêmica e preocupa os profissionais da saúde. Nem poderia ser
diferente. Os efeitos nocivos do produto químico atingem quem o utiliza
e também quem o aplica. Aliás, para os cabeleireiros, ele pode causar
males maiores, pois, muitas vezes, eles passam o dia inteiro inalando as
substâncias tóxicas contidas no produto.
Segundo a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), os
fabricantes de cosméticos que levam o formol devem prestar atenção na
quantidade permitida, que é de 0,2% em toda a fórmula. Acontece que nem
tudo está dentro da lei e, na busca do liso perfeito, clientes e
cabeleireiros não parecem preocupados com isso.
“O formol atua basicamente na superfície externa do fio, mudando
temporariamente sua estrutura”, explica o dermatologista Francisco Le
Voci, especializado em couro cabeludo. “A questão é que a concentração
de 0,2% não é suficiente para obter o alisamento. É preciso uma dosagem
maior.”
É o que se faz nos salões: aumenta-se a dose e é isso que traz o
efeito colateral, que pode vir em curto ou longo prazo: “Num primeiro
momento, podem aparecer coceira no couro cabeludo e na pele. Depois,
ardência, vermelhidão e dificuldade para respirar”, explica Francisco.
A cabeleireira Valeria Rosa Lima diz que, às vezes, sente a garganta
seca ao fazer um alisamento de cabelo mais longo. “Mas só quando não uso
a máscara de proteção. Em cabelo curto, faço sem máscara e não sinto
nada”. Valéria também conta que suas clientes não se preocupam com a
fórmula. “Muitas até pedem os produtos que contêm mais formol para
chegarem ao resultado que querem.”
por Paula Suenny (Diário de São Paulo)
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