sábado, 8 de dezembro de 2012

Formol cria liso de alto risco

Fabricantes de cosméticos que levam o formol devem prestar atenção na quantidade

Usado em alisamento e escova progressiva, o formol traz danos à saúde de clientes e cabeleireiros

Não é de hoje que o uso de formol para alisamento de cabelos causa polêmica e preocupa os profissionais da saúde. Nem poderia ser diferente. Os efeitos nocivos do produto químico atingem  quem o utiliza e também quem o aplica. Aliás, para os cabeleireiros, ele pode causar males maiores, pois, muitas vezes, eles passam o dia inteiro inalando as substâncias tóxicas contidas no produto.

Segundo a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária),  os fabricantes de cosméticos que levam o formol devem prestar atenção na quantidade permitida, que é de 0,2% em toda a fórmula. Acontece que nem tudo está dentro da lei e, na busca do liso perfeito, clientes e cabeleireiros não parecem preocupados com isso.

“O formol atua basicamente na superfície externa do fio, mudando temporariamente sua estrutura”, explica o dermatologista Francisco Le Voci, especializado em couro cabeludo. “A questão é que a concentração de 0,2% não é suficiente para obter o alisamento. É preciso  uma dosagem maior.”

É o que se faz nos salões: aumenta-se a dose e é isso que traz o efeito colateral, que pode vir em curto ou longo prazo: “Num primeiro momento, podem aparecer coceira no couro cabeludo e na pele. Depois, ardência, vermelhidão e dificuldade para respirar”, explica Francisco.
 
A cabeleireira Valeria Rosa Lima diz que, às vezes, sente a garganta seca ao fazer um alisamento de cabelo mais longo. “Mas só quando não uso a máscara de proteção. Em cabelo curto, faço sem máscara e não sinto nada”. Valéria também conta que suas clientes não se preocupam com a fórmula. “Muitas até pedem os produtos que contêm mais formol para chegarem ao resultado que querem.”

por Paula Suenny (Diário de São Paulo)

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